O começo do
ano letivo no CPII vem apresentando diversos problemas, especialmente
no que diz respeito à estrutura física de alguns campi.
Dois deles merecem destaque, pela gravidade da situação
em que se encontram: Tijuca I e Humaitá I.
Os professores do Campus Tijuca I, após dois anos de obras e seus
consequentes transtornos, constataram surpresos, na volta das férias,
que o prédio se encontrava em estado ainda pior do que aquele que
motivara a reforma. Consternados, e em conjunto com os responsáveis,
se viram obrigados a chamar a Defesa Civil para avaliar e atestar a segurança
do mesmo, uma vez que as varandas que funcionam como corredores de circulação
das turmas não aparentavam solidez, por causa do desnivelamento
do piso.
Constatado o risco, a Defesa Civil interditou o imóvel e recomendou
o escoramento das varandas, providência de caráter provisório.
Assim, professores e alunos precisaram novamente se deslocar para salas
da Tijuca II (que acaba sendo também negativamente afetada), causando
o prolongamento dos problemas existentes e o surgimento de novos. No entanto,
é importante frisar que o Colégio ficou de estudar e encaminhar
uma solução definitiva para o problema, que passa, segundo
a opinião de vários membros da comunidade escolar dos dois
campi, pela construção de um novo prédio, em um outro
local, mais amplo e adequado.
É visível e lamentável a irresponsabilidade no gasto
do dinheiro público, que resulta em equívocos graves como
este ao qual estamos assistindo atônitos, implicando grave prejuízo
para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para a saúde
e segurança da comunidade escolar, notadamente das crianças
de faixa etária mais baixa.
Em situação igualmente difícil encontra-se a comunidade
escolar do campus Humaitá I, deslocada para um prédio alugado
(Pequena Cruzada, na Lagoa) que não oferece as condições
necessárias para abrigá-la durante o tempo que levar a demolição
do prédio que ocupavam e a construção de um novo.
Dentre os problemas existentes, destacam-se o entulho no pátio,
salas com ventilação insuficiente, buracos nos tetos de
algumas salas e banheiros não adequadamente equipados. Por que
foi escolhido um prédio que, sabidamente, não oferecia condições
para uma escola funcionar? Por que não se ouviu a comunidade escolar
antes de se tomar essa decisão?
Nossa escola precisa de um diagnóstico global das necessidades
dos campi, seguido de um planejamento coletivo de ação.
No lugar das posturas centralizadoras e personalistas que são de
longa tradição em nossa escola, é hora de construir
uma cultura de compartilhamento e colaboração, em que muitas
vozes se façam ouvir, de modo a se chegar a resultados mais satisfatórios
na resolução dos problemas. A nova estrutura do colégio
favorece a democratização da tomada de decisões em
fóruns consultivos e no órgão máximo deliberativo,
o Conselho Superior (CONSUP). Agora é preciso que o CONSUP assuma
plenamente suas atribuições e que ele inclua o quanto antes
os representantes dos estudantes e dos pais/responsáveis, vozes
imprescindíveis na discussão das questões da escola.
Não podemos continuar eternamente investindo no que é provisório
e que leva à precarização das condições
do trabalho docente. A ADCPII se solidariza com os colegas desses campi
e se coloca à disposição para ajudar no que for possível
a fim de que se estabeleçam logo as condições indispensáveis
ao trabalho pedagógico e ao conforto dos alunos e dos servidores.
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